No alto daquela serra
Perto de um pé de ipê
Um lugar abandonado
Uma casa de sapê
No quintal ali havia
Espalhadas pelo chão
Tinha um laço, uma gibeira
Velhas tralhas de peão
Pendurado na varanda
Uma capa empoeirada
Imagem de Nossa Senhora
Pelo tempo desbotada
Um senhor de barbas brancas
Seu rosto com o tempo marcado
Com a voz rouca e cansada
Me convidou para entrar
Um triste sorriso nos lábios
Me pediu para ficar
E com os olhos razos d'água
A sua história foi contar
Foi um peão de sucesso
Nos rodeios consagrados
Mas minha sina de peão
Pelo destino foi traçado
Montando em touros valentes
Que a minha carreira acabou
Nenhum pingo de piedade
O touro na verdade
Em minhas costas pisou
Nos rodeios dessa vida
Faz da minha a sua glória
A última montaria
Na fiel amiga
Cadeira de rosas
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