Planos, planos, planos
E papéis rabiscados
Noites de insônia
De sobressalto
A minha mente vive
Na velocidade da luz
E cria um portfólio
De fracassos
Eu respiro o futuro planejado
Sacrifico o presente e me armo
Pra que ficar contente?
O imperfeito me ofende
Cobro de mim o inalcançável
Será que não percebo
Que estou humana?
Suscetível a erros e à esperança
Personifico a criatividade
E me entrego à ansiedade
Será que não percebo
Que o mundo é assim mesmo?
Suscetível ao amor e ao desespero
Tento controlar o tempo e a razão
Viro refém de minha criação
Sonhos, sonhos, sonhos
Que o vento me traz
E em mim o medo
De não ser capaz
E de querer sempre mais
Que venha logo por favor
Que chegue a hora anunciada pelo coração
Que meus pés se mantenham firmes nesse chão
E minha cabeça vença toda dor
Que venha logo por favor
A santa paz acompanhada da gratidão
Que eu abrace minha imensidão
E aprenda a lidar com quem sou
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